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Hiperpotassemia: Níveis elevados de potássio no sangue

Você sabia que o potássio é um mineral encontrado em diversos alimentos e que seu corpo precisa para manter os músculos, nervos e o coração funcionando? No entanto, níveis elevados no sangue, conhecido como hiperpotassemia, pode causar sérios problemas de saúde se não for tratado. 

As causas mais comuns de hiperpotassemia são:

  • Doença renal
  • Insuficiência cardíaca 
  • Diabetes 
  • Efeitos colaterais de certos medicamentos, como diuréticos ou remédios para pressão

Caso você tenha alguma dessas condições, é importante conversar com seu médico sobre o monitoramento dos níveis de potássio.


Qual a relação entre doença renal e hiperpotassemia?  

Os rins funcionam como filtros para nosso corpo e promovem a remoção do excesso de minerais, fluidos e resíduos e, dessa forma, mantém nosso corpo saudável. Em situações normais, os rins são responsáveis pela eliminação de 90% do potássio consumido diariamente, sendo os 10% restantes excretados pelas fezes. Com isso, pacientes com doença renal apresentam um maior risco para hiperpotassemia, devido à diminuição da excreção renal de potássio.

Segundo dados da literatura, aproximadamente 50% das pessoas que vivem com a doença renal crônica (DRC) apresentam hiperpotassemia, quando comparados à 2-3% da população geral. Além disso, pacientes com DRC associada a diabetes mellitus e/ou insuficiência cardíaca apresentam maior risco de desenvolver essa alteração metabólica. 

Nos estágios iniciais da doença renal, os rins podem compensar o alto nível de potássio, entretanto, à medida que a função renal piora, eles podem não conseguir remover potássio suficiente do corpo.


Como a hiperpotassemia é classificada? 

A hiperpotassemia pode ser classificada como aguda ou crônica. A hiperpotassemia aguda é caracterizada por um episódio único, que ocorre ao longo de minutos a horas e geralmente demanda tratamento de emergência. Já a hiperpotassemia crônica se desenvolve ao longo de semanas a meses, pode ser persistente ou se desenvolver periodicamente e demanda tratamento ambulatorial contínuo.

Quais são os sintomas da hiperpotassemia? 

A maior parte dos pacientes com hiperpotassemia não apresenta sintomas, e tal a condição é detectada por exames de sangue de rotina. Quando há sintomas, eles geralmente são inespecíficos, como palpitações cardíacas, náuseas, fadiga muscular, fraqueza e formigamento. Com isso, diversas pessoas podem apresentar alto nível de potássio no sangue sem saber.
A complicação mais temida da hiperpotassemia é a arritmia cardíaca, que pode ocasionar uma parada cardíaca e a morte.

Qual exame posso fazer para descobrir se tenho hiperpotassemia?

Os níveis de potássio são analisados através de um simples exame de sangue. O profissional de saúde realiza a coleta de uma pequena amostra de sangue e o laboratório é responsável pela análise. Vale destacar que a interpretação dos resultados e a conduta clínica é realizada pelo médico, e para a maioria das pessoas, o nível de potássio no sangue considerado normal deve estar entre 3,5 e 5,0. A hiperpotassemia ocorre quando os níveis estão acima de 5,5 mEq/L. 
Ainda, o médico pode solicitar a realização do eletrocardiograma (ECG), para avaliação de alterações no ritmo cardíaco que pode ser causado pela hiperpotassemia.

A hiperpotassemia pode ser tratada? 

Sim. Converse com seu médico para saber se você precisa para reduzir o potássio no sangue. Caso seja necessário ajustar o conteúdo de potássio na dieta, os nutricionistas podem ajudá-lo a criar planos de refeições que garantam a quantidade correta de potássio. Outra possibilidade é a suspensão de alguns medicamentos que estejam causando o problema. Ainda, algumas pessoas podem precisar utilizar medicamentos especiais, com o objetivo de remover o potássio extra e manter o equilíbrio do organismo. 
Este material é destinado para fins informativos e não substitui o aconselhamento ou tratamento médico. Consulte o seu médico sobre o seu diagnóstico específico, tratamento, dieta e questões de saúde. Se você é um profissional da área de saúde e precisa de mais informações, entre em contato conosco, ACESSE O PORTAL

Autores: Paula Felicio e Cinthia Montenegro.





Referências
1- Palmer BF, Clegg DJ. Diagnosis and treatment of hyperkalemia. Cleve Clin J Med. 2017;84(12):934-942. doi:10.3949/ccjm.84a.17056
2- Centers for Disease Control (CDC). National Chronic Kidney Disease Fact Sheet, 2021.
3- Clase CM, Carrero JJ, Ellison DH, et al. Potassium homeostasis and management of dyskalemia in kidney diseases: conclusions from a Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Controversies Conference. Kidney Int 2020; 97:42.
4- Lindner G, Burdmann EA, Clase CM, et al. Acute hyperkalemia in the emergency department: a summary from a Kidney Disease: Improving Global Outcomes conference. Eur J Emerg Med. 2020;27(5):329-337. doi:10.1097/MEJ.0000000000000691