SHUa, tem como tratar!
sexta-feira, 06 set 2024Assim que a Síndrome Hemolítica Urêmica Atípica (SHUa) é diagnosticada, uma nova rotina de cuidados já começa a existir na vida do paciente e de seus familiares. Mas, ainda que gere preocupações iniciais - ainda mais presentes no caso de uma doença rara -, a boa notícia é que a SHUa tem tratamento e pode ter suas manifestações controladas de maneira segura.¹
Para que tudo possa ocorrer da melhor forma e as funções do organismo possam ser preservadas, o diagnóstico precoce é um passo fundamental. No entanto, os primeiros sinais da Síndrome Hemolítica Urêmica Atípica (SHUa) muitas vezes envolvem sintomas que comprometem diversas regiões do corpo, como cansaço, dor de cabeça, problemas gastrointestinais e disfunções renais, o que pode dificultar a rápida identificação da doença e evoluir o quadro.1
Por isso, a busca por ajuda médica é essencial assim que esses sinais surjam de forma aguda e repentina.2 A partir do primeiro atendimento, o diagnóstico irá envolver uma abordagem multidisciplinar composta de avaliação clínica, análise genética e exames laboratoriais, que permitem a exclusão de outras condições que possam causar sintomas parecidos, como SHUa típica, púrpura trombocitopênica trombótica, entre outras.2
O tratamento
O tratamento de SHUa é bastante individualizado. Seu objetivo é, principalmente, estabilizar os sintomas e prevenir que a doença reincida no longo prazo. Por ser uma doença rara e de condição variável, seu cuidado não envolve uma abordagem única e pode incluir algumas diferentes opções terapêuticas, como o tratamento para a disfunção renal, além de cuidados de suporte.3,4
Uma vez que os sintomas mais graves da SHUa tenham sido controlados, o acompanhamento médico é essencial para garantir que tudo esteja indo bem e evitar futuras complicações. Na SHUa, o sistema complemento sofre desbalanceamentos contínuos, o que exige a continuidade do tratamento para evitar que o quadro evolua para enfermidades mais graves.3,4
Qual especialista cuida da SHUa?
No momento do aparecimento de sintomas agudos e graves relacionados à SHUa, o paciente muitas vezes é internado em UTI para que possa receber transfusões sanguíneas e realizar a diálise, um processo de filtração que remove excesso de resíduos e de líquidos do sangue.3
Após este momento, os médicos responsáveis por acompanhar o tratamento da SHUa são, na maioria dos casos, um nefrologista e hematologista, ambos podendo ser pediátricos ou de adultos.1
O papel do nefrologista é monitorar continuamente o funcionamento dos rins por meio de exames de sangue ou de urina, de forma a verificar se há algum retorno dos sintomas. Esse acompanhamento também busca verificar se os medicamentos utilizados estão funcionando como o esperado e ajustar as doses, caso necessário.1
Vale sempre lembrar que cada organismo é único e irá responder de forma bastante individual aos tratamentos. Por isso, o acompanhamento médico desde os primeiros sintomas e principalmente durante o tratamento com o nefrologista é fundamental para que estes cuidados continuem sendo eficazes e que a jornada do paciente seja a mais saudável possível.2
Referências:
Raina R, Krishnappa V, Blaha T, et al. Atypical Hemolytic-Uremic Syndrome: An Update on Pathophysiology, Diagnosis, and Treatment. Ther Apher Dial. 2019 Feb;23(1):4-21.
Kavanagh D, Goodship TH, Richards A. Atypical hemolytic uremic syndrome. Semin Nephrol. 2013 Nov;33(6):508-30.
Maximiano C, Silva A, Duro I, et al. Genetic atypical hemolytic uremic syndrome in children: a 20-year experience from a tertiary center. Braz J Nephrol [Internet]. 2021Jul;43(3):311-7.
Yerigeri K, Kadatane S, Mongan K, et al. Atypical Hemolytic-Uremic Syndrome: Genetic Basis, Clinical Manifestations, and a Multidisciplinary Approach to Management. J Multidiscip Healthc. 2023 Aug 4;16:2233-2249.