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#ConhecerParaVencer: Os biomarcadores e sua influência na escolha da melhor conduta terapêutica para o câncer de mama

Conhecer o seu tipo de câncer é essencial para a escolha da conduta terapêutica mais adequada. Afinal, a terapia certa, no tempo certo, para a doença certa, contribui para aumentar as chances de sucesso no tratamento e controle da doença. Para tanto, averiguar seus biomarcadores pode ajudar nessa decisão médica.

Os biomarcadores correspondem às moléculas que são expressas pelas células tumorais e que auxiliam na caracterização do tipo e do subtipo do tumor1,2. Dessa forma, conhecer qual o seu tipo tumoral ajuda o médico na avaliação do prognóstico da doença e na escolha do tratamento mais adequado naquele momento.

Quais são os principais biomarcadores para o câncer de mama? O que implica em conhecê-los?

  • RH-positivo (Receptor hormonal positivo - Estrógeno e/ou Progesterona):

É o tipo de tumor mais comum entre as mulheres (cerca de 70% dos casos) e também o mais indolente, de evolução mais lenta3. Tumores que tem a superexpressão de receptores de estrógeno e ou progesterona crescem a partir da presença desses hormônios, por isso, terapias hormonais tem o objetivo de inibir o crescimento do câncer pela diminuição dos níveis de estrogênio ou por impedir que o estrogênio atue sobre as células tumorais da mama.

  • HER2-positivo (Receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2):

Esse tipo de câncer de mama acomete cerca de 15% da população, é um tumor de maior agressividade, mas que, se tratado no momento certo, responde muito bem às terapias anti-HER2. Neste caso, os medicamentos atuam se ligando aos receptores HER2, bloqueando a sua ativação e impedindo o crescimento do câncer. 3

  • Mutação no Gene BRCA (gene do câncer de mama):

A mutação no gene BRCA está associada a um maior risco do desenvolvimento dos cânceres de mama e ovário e, por isso, a avaliação do status desse biomarcador pode ajudar na escolha da melhor conduta terapêutica.

  • Mutação no Gene PIK3CA:

Alterações neste gene são frequentemente encontradas nos tumores de mama RH-positivo e a escolha da conduta terapêutica correta ajuda a reduzir os efeitos que uma alteração de PIK3CA tem na progressão da doença4.

  • Mutação no Gene PTEN (de fosfatase e homólogo de tensina):

Pessoas com mutações em PTEN tem uma maior chance de desenvolver não só câncer de mama, mas também outros tipos de câncer e em idade mais jovem e o conhecimento dessa mutação é importante para se fazer um rastreio e acompanhamento adequado assim como definir as melhores condutas cirúrgicas e terapêuticas.5

IMPORTANTE:

Se o câncer for positivo para RH (receptor hormonal) e HER2, é provável que o marcador HER2 seja usado para orientar a conduta terapêutica, mas também existe a possibilidade de receber uma terapia direcionada aos receptores hormonais.4,6,7

Como e quando acontece a testagem dos biomarcadores?

Os testes para HR, HER2 e PI3KCA geralmente são realizados em uma amostra de tecido tumoral (ou seja, biópsia ou amostra cirúrgica) 8,9 , enquanto o teste para PTEN e BRCA são realizados em uma amostra de sangue10,11. No entanto, existem outras formas de identificar a mutação, como teste através da saliva.

Antes de ser liberado para a equipe de cuidados, o resultado do teste é sempre avaliado por um médico especialista chamado patologista.

Por que é importante avaliar o status dos biomarcadores no momento do diagnóstico e retestar ao longo do tratamento?

Ter um diagnóstico precoce e identificar o status do biomarcador amplia as chances para os cuidados certos e gerenciamento da doença de modo mais personalizado.

Lembre-se: é sempre importante falar com o seu médico. Conhecer sobre seu tipo e subtipo de câncer de mama e como isso se relaciona com a conduta terapêutica escolhida, faz com que você também participe dos processos de tomada de decisão.

Continue acompanhando os conteúdos da campanha #ConhecerParaVencer e fique por dentro de tudo o que você precisa saber sobre o câncer de mama.

 

 

 

 

Referências
  1. De Palma E, et al. Circular RNAs as Potential Biomarkers in Breast Cancer. Biomedicines 2022, 10(3), 725; https://doi.org/10.3390/biomedicines10030725.
  2. Tarighati E, et al. A review of prognostic and predictive biomarkers in breast cancer. Clinical and Experimental Medicine 2022.
  3. MINISTÉRIO DA SAÚDE - Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). A situação do câncer de mama no Brasil: Síntese de dados dos sistemas de informação. 2019
  4. Cardoso F, et al. 5th ESO-ESMO international consensus guidelines for advanced breast cancer (ABC 5). Ann Oncol. 2020; 31:1623-1649.
  5. Gschwantler-Kaulich D, et al. PTEN expression as a predictor for the response to trastuzumab-based therapy in Her-2 overexpressing metastatic breast cancer. PLoS One. 2017; 12(3):e0172911.
  6. Cardoso F, et al. Early breast cancer: ESMO Clinical Practice Guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Ann Oncol. 2019;30:1194-1220.
  7. UpToDate. Patient education: Treatment of early HER2-positive breast cancer (Beyond the Basics). Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/treatment-of-early-her2- positive-breast-cancer-beyond-the-basics. Último acesso em março de 2022.
  8. MedlinePlus. HER2 (Breast Cancer) Testing. Disponível em: https://medlineplus.gov/lab-tests/her2-breast-cancer-testing. Último acesso em março de 2022
  9. Li G, et al. Prevalence and spectrum of AKT1, PIK3CA, PTEN and TP53 somatic mutations in Chinese breast cancer patients. PLoS ONE. 2018;13(9):e0203495.
  10. Tung NM. & Garber JE. BRCA1/2 testing: therapeutic implications for breast cancer management. Br J Cancer. 2018; 119(2):141-152. Breastcancer.org. Breast Cancer Risk Factors: Genetics. Disponível em: https://www.breastcancer.org/risk/factors/genetics. Último acesso em março de 2022.
  11. MedlinePlus. PTEN Genetic Test. Disponível em: https://medlineplus.gov/lab-tests/pten-genetic-test/. Último acesso em março de 2022.

 

BR-20617. Material destinado a todos os públicos. Novembro/ 2022